ALIMENTAÇÃO BOVINA A BASE DE MILHO

ALIMENTAÇÃO BOVINA A BASE DE MILHO

O milho é um cereal cultivado em quase todo o mundo, devido suas qualidades nutricionais, considerado um alimento concentrado energético e pobre em proteínas, a lisina, rico em betacaroteno e pigmentante xantofila. O milho pode ser oferecido para o bovino em até 70% da ração diária, composto por 61% de amido, 19% em glúten, 4% de gérmen e 16% de água. As principais formas de amido são a amilose (27%) e a amilopectina (73%), facilmente digerível pelos animais. Os carotenoides (oxidação pelo tempo) são responsáveis pela coloração amarela (luteína e a zeaxantina).

A maturação adequada do milho contém o fornecimento de açúcares fermentáveis para as bactérias atuarem na silagem, além de possuir maior valor nutricional para o alimento animal, 85% de energia NDT.

 Padrões ideais do grão:

  • Umidade (min) – 14%
  • Pb ( min)- 7%
  • Fb ( max) –  3%
  • Fe ( min) – 2%
  • MM ( max) – 0,5%
  • Aflatoxina: 20 ppb
  • Xantofila – 10ppm

A silagem é muito utilizada em épocas de seca, para garantir a alimentação bovina. Outra alternativa é a oferta de DDG (Grãos secos de Destilaria) e WDG (Grãos úmidos de Destilaria) no caso de etanol.

Estudos feitos demonstraram que o milho colhido e armazenado a temperatura a 5°C, foram eficientes para diminuir a perda de massa das espigas e água, apresentando menores valores de acidez tituláveis (menor atividade respiratória). 

Por outro lado, pesquisas mostram dados de grandes perdas de massa seca do milho armazenado a temperaturas acima de 28°C, e umidade acima de 15% b.u. O ataque bacteriano aumenta e adere a fermentação do amido, ácidos graxos voláteis. Ocorrendo perda da qualidade por contaminação da massa do grão.

Mas ao longo do armazenamento, em 12 dias observaram a diminuição de massa, perda em ordem de 3 a 6% são suficientes para causar o declínio na qualidade. Em atmosfera ambiente, podem indicar maior atividade respiratória, maior concentração O2 e menor concentração de CO2 aumentando a acidez dos grãos.

Por outro lado, o atraso da colheita, o produto ficará exposto ao tempo, excedendo do ponto ideal de colheita, perda de massa e umidade, vulneráveis aos fungos como as mico toxinas prejudiciais a saúde animal e humana.

Ataque de insetos altera o odor e o sabor natural dos grãos e dos produtos derivados.

Os principais fatores que afetam a atividade de armazenagem são os fungos nos grãos. Secagem indevida com umidade, temperatura, taxa de oxigênio, danos mecânicos, impurezas e ataque de insetos.

Exemplo de Simulação da necessidade de concentrados na produção de leite:

Itens                                                           grãos de Silagem

                                                                               Baixa      Alta 

ND%                                                                              63            74

Consumo de MS (% PV) das silagens                      1,95           2,60

Requerimento ou NDT (kg/cab/dia)                         13,25         13,25

NDT consumido pelas silagens                                  7,37          11,54  

Déficit de NDT (kg)                                                    5,80            1,71

Concentrado a adicionar (kg) co 78% NDT               7,40            2,20   

Conforme a tabela, 01 vaca que consome grãos com baixo teor energético (63 ND%), terá que adicionar 7,4 kg de concentrado na dieta para suprir sua necessidade nutricional, para produção de leite. Já 01 vaca que consome grãos com alto teor de energia (74 ND%), terá que suplementar com somente 2,20 kg de concentrado para suprir sua necessidade nutricional para produção de leite.

Nesse exemplo demonstra a importância de ofertar o milho de qualidade.

Quanto a forma:

Inteiro – menor digestibilidade (consumo sem aproveitamento mínimo do amido). As bactérias sem acesso ao amido dos grãos e o não aproveitamento nutricional. Muito estudos apontam aumento de peso animal, mas que verdadeiramente ocorre é ganho em vísceras, cerca de 16 a 20% e não em sua carcaça.

Moído– são mais digestíveis com maior quebra de partículas, ocorrendo a fermentação do amido mais rápido, podendo ocorrer o baixo pH, favorecendo ácidos graxos, mas possui maior risco em ocorrer a acidose ruminal. Outras desvantagens são relacionadas as perdas no processo de moagem, armazenamento, transporte e distribuição de alimentos.

Quebrados grosseiramente ou laminados –  visa a quebra em 3 a 4 partes. Maior praticidade, baixo risco de acidose, independente do manejo do cocho. Maior digestão do amido por favorecer a mastigação e maior ganho de peso, isto é, a conversão animal. Sua única desvantagem é referente a compra do equipamento que não poderá ser utilizado para triturar sorgo e milheto. 

O método mais seguro para armazenagem de grãos é a secagem artificial, que o processo garante qualidade na secagem, melhora a uniformidade dos grãos, autolimpante sem necessidade de paradas para limpeza, preservação das características físicas e nutricionais dos grãos, com maior tempo de armazenagem. Garantindo assim a qualidade dos grãos em sua armazenagem em seu retorno financeiro. 

(adicionar parágrafo da Dryeration)!